Celastraceae

Monteverdia communis (Reissek) Biral

Como citar:

Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2021. Monteverdia communis (Celastraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

19.147,196 Km2

AOO:

148,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Biral e Lombardi, 2020), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Cabo Frio, Itatiaia, Maricá, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paraty, Piraí, Resende, Rio de Janeiro, Silva Jardim e Teresópolis.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Monira Bicalho
Critério: B1ab(iii,iv)+2ab(iii,iv)
Categoria: VU
Justificativa:

Monteverdia communis é uma árvore que ocorre no bioma da Mata Atlântica, em fitofisionomias de Florestas Ombrófilas. Apresenta EOO igual à 16753km², AOO igual à 132km² e, sete à 10 situações de ameaças. Considera-se as ocorrências em áreas protegidas como número de situações de ameaças de maneira independente e, a expansão urbana como o principal fator de ameaça que possa levar as subpopulações à extinção. O crescimento urbano e a especulação imobiliária se tornam grandes vetores de pressão sobre os remanescentes florestais do Rio de Janeiro, intensificando a degradação da Mata Atlântica fluminense a partir de meados do século XX e início do século XXI (Pougy et al., 2018). A maior parte dos registros da espécies, é conhecida para o município do Rio de Janeiro, localizada nos Parque Nacional da Tijuca e no mosaico de áreas protegidas, Área de Proteção da Pedra Branca, Parque Natural Municipal da Prainha e Parque Estadual da Pedra Branca. Entretanto, mesmo abrigada pelas proteções legais, o Parque Estadual da Pedra Branca encontra-se influenciado por diversas atividades decorrentes da sua proximidade com os grandes centros urbanos, industriais e rurais, que vêm comprometendo a preservação do maciço (Freire et al., 2009, Fernandez, 2009). Somado à isso, a expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca, onde está localizado um grande número de registros da espécie, constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999). Diante as pressões vigentes, infere-se declínio contínuo de qualidade de habitat e número de situações de ameaças. Assim, Monteverdia communis foi considerada como Vulnerável (VU) à extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e conservação ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Syst. Bot. 42(4), 688, 2017.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Tempo de geração:

Detalhes: circa • 96
Justificativa:

O tempo de geração estimado para esta espécie é de 6 a 8 anos (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).

Detalhes: A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada frequente para algumas localidades, como o P.N. Tijuca (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore a arvoreta com até 9 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Biral e Lombardi, 2020).
Referências:
  1. Biral, L., Lombardi, J.A., 2020. Celastraceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB604526 (acesso em 29 de setembro de 2020)

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future regional very high
O crescimento urbano e a especulação imobiliária se tornam grandes vetores de pressão sobre os remanescentes florestais do Rio de Janeiro, intensificando a degradação da Mata Atlântica fluminense a partir de meados do século XX e início do século XXI (Pougy et al., 2018). A maior parte dos registros da espécie é conhecida para o município do Rio de Janeiro, localizada no Parque Nacional da Tijuca e no mosaico de áreas protegidas, Área de Proteção da Pedra Branca, Parque Natural Municipal da Prainha e Parque Estadual da Pedra Branca. Entretanto, mesmo abrigada pelas proteções legais, o Parque Estadual da Pedra Branca encontra-se influenciado por diversas atividades decorrentes da sua proximidade com os grandes centros urbanos, industriais e rurais, que vêm comprometendo a preservação do maciço (Freire et al., 2009, Fernandez, 2009). Somado à isso, a expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca, onde está localizado um grande número de registros da espécie, constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999).
Referências:
  1. Fernandez, A.C.F., 2009. A construção social do Parque Estadual da Pedra Branca: de Castelo das Águas ao Parque de Carbono, in: I Encontro Científico Parque Estadual da Pedra Branca. Ciência para Gestão ou Gestão para a Ciência? INEA - Instituto Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro, pp. 12-16.
  2. Freire, J.M., Oliveira, R.R. de, Rosendo, E., Braga, J.M.A., 2009. Árvores do Parque Estadual da Pedra Branca: florística e estrutura, in: I Encontro Científico Parque Estadual Da Pedra Branca. Ciência Para Gestão Ou Gestão Para a Ciência? INEA - Instituto Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro, pp. 44–46.
  3. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira Filho, T.B., Martinelli, G., 2018. Plano de ação nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro., 1st ed. Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro.
  4. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C., 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências 22, 45–59.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Rio de Janeiro - 32 (RJ).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Apa da Pedra Branca, Apa da Prainha, Apa de Grumari, Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João - Mico Leão, Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima, Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Área de Proteção Ambiental do Pau Brasil, Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira, Estação Ecológica de Tamoios, Parque Estadual da Costa do Sol, Parque Estadual da Pedra Selada, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional da Tijuca, Parque Nacional do Itatiaia, Parque Natural Municipal da Prainha, Reserva Biológica de Poço das Antas e Reserva Biológica do Tinguá.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
14. Research natural leaf
Em um trabalho objetivou-se realizar um estudo químico e avaliar a atividade antioxidante de extratos de folhas e caules de Monteverdia communis e os resultados permitem a indicação de uma fonte de terpenoides bioativos, e um alvo promissor para futuros estudos, para isolar e identificar compostos antioxidantes (Amaral et al., 2021).
Referências:
  1. Amaral, F.M. do, Braga, J.M.A., Guimarães, L.D., Valverde, A.L., Anholeti, M.C., Paiva, S.R. de, Joffily, A., 2021. Chemical Constituents and Antioxidant Activity of Leaves and Stems Extracts of Monteverdia communis (Celastraceae). Biointerface Res. Appl. Chem. 12, 2340–2352. https://doi.org/10.33263/BRIAC122.23402352